Transtorno de Ansiedade

Transtorno de Ansiedade

Publicado por Lazaro Castro

Transtornos de Ansiedade são aqueles que são caracterizados por um medo excessivo e anormal, por preocupação e ansiedade.

No DSM-IV encontramos alguns tipos de Transtornos de Ansiedade:

Agorafobia

O termo agorafobia vem do grego “ágora” (reunião de pessoas, assembléia, multidão) + “phobos” (medo). Diferentemente do que possa sugerir, agorafobia não é somente um medo de espaços com grande quantidade de pessoas. Para além disso, há o sentimento de medo diante de situações em que comportamentos de esquiva-fuga seriam difíceis de realizar. Continuar lendo

Transtornos de Ajustamento

Transtornos de Ajustamento

O transtorno de ajustamento é classificado por uma fonte identificável de stress que causa sintomas emocionais e mentais significativos.

No DSM-IV, encontramos a seguinte definição:

“A característica essencial de um Transtorno de Ajustamento é o desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais significativos em resposta a um ou mais estressores psicossociais identificáveis”
Os critérios para este diagnósitico são:

(1) sofrimento acentuado, que excede o que seria esperado da exposição ao estressor (2) prejuízo significativo no funcionamento social ou profissional (acadêmico)
Subtipos:
Os Transtornos de Ajustamento são codificados de acordo com o subtipo que melhor caracteriza os sintomas predominantes. De acordo com o DSM-IV, os subtipos do Transtorno de Ajustamento são:

Com Humor Depressivo: Este subtipo deve ser usado quando as manifestações predominantes são sintomas tais como humor deprimido, tendência ao choro ou sensações de impotência.

Com Ansiedade: Este subtipo deve ser usado quando as manifestações predominantes são sintomas tais como nervosismo, preocupação ou inquietação ou, em crianças, medo da separação de figuras de vinculação.

Misto de Ansiedade e Depressão: Este subtipo deve ser usado quando a manifestação predominante é uma combinação de depressão e ansiedade.

Com Perturbação da Conduta: Este subtipo deve ser usado quando a manifestação predominante é uma perturbação da conduta na qual existe violação dos direitos alheios ou de normas e regras sociais importantes, adequadas à idade (por ex., vadiagem, vandalismo, direção imprudente, lutas corporais, descumprimento de responsabilidades legais).

Com Perturbação Mista das Emoções e Conduta: Este subtipo deve ser usado quando as manifestações predominantes são tanto sintomas emocionais (por ex., depressão, ansiedade) quanto uma perturbação da conduta (ver subtipo acima).

Inespecífico: Este subtipo deve ser usado para reações mal-adaptativas (por ex., queixas somáticas, retraimento social, inibição profissional ou acadêmica) a estressores psicossociais, não classificáveis como um dos subtipos específicos de Transtorno de Ajustamento

Transtornos da Personalidade

Transtornos da Personalidade

Os transtornos da personalidade são transtornos nos quais são criados padrões de comportamento, sentimentos e pensamentos que são prejudiciais para o convívio em sociedade e para o relacionamento inter-pessoal.

Citando o DSM-IV:

“Um Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é invasivo e inflexível, tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo:

Transtorno da Personalidade Paranóide

Paranóide

Os paranóides apresentam um padrão global de desconfiança e suspeita invasivas em relação aos outros, interpretando os motivos dos outros como malévolos.

As principais características são:

  • Suspeita sem fundamento suficiente de estar sendo explorado, maltratado ou enganado pelos outros.
  • Preocupa-se , com dúvidas infundadas, acerca da lealdade e confiabilidade de amigos ou colegas.
  • Reluta em confiar nos outros, com medo de que as informações sejam usadas contra si.
  • Interpreta significados ocultos, de caráter humilhante ou ameaçador, em situações normais.
  • Guarda rancores persistentes.
  • Percebe ataques ao seu caráter que não são visíveis aos outros, e contra ataca.
  • Suspeitas recorrentes, sem justificativas,  quanto à fidelidade do cônjuge.

Esquizóide

As pessoas com personalidade esquizóide são distantes nas relações sociais, e pouco expressam sua emoção em situações interpessoais.

As principais características são:

  • Não deseja, nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família.
  • Quase sempre opta por atividades solitárias.
  • Pouco ou nenhum interesse em manter experiências sexuais.
  • Prazer em poucas atividades, ou nenhuma.
  • Não tem amigos íntimos ou confidentes.
  • Mostra-se indiferente a elogios ou críticas.
  • Frieza emocional.

Transtorno da Personalidade Anti-Social

Anti-Social

Também conhecido como sociopata ou psicopata.

As principais características da personalidade anti social são:

  • Não se conforma com as normas sociais ou com relação à legislação vigente.
  • Propensão a enganar, mentir, usar nomes falsos para obter vantagens pessoais.
  • Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
  • Agressividade, inclusive com envolvimento em agressões físicas.
  • Desrespeito pela própria segurança ou alheia.
  • Irresponsabilidade inclusive com obrigações financeiras.
  • Ausência de remorso, racionalizando quando fere, maltrata ou rouba alguém.

  

Transtorno da Personalidade Borderline

Borderline

Pessoas com transtorno de personalidade borderline são extremamente instáveis quanto a seus relacionamentos, auto-imagem e afetos, demonstrando também muita impulsividade.

As principais características são:

  • Esforços frenéticos no sentido de evitar abandono real ou imaginário.
  • Relacionamentos instáveis por alternar momentos de idealização e desvalorização do outro.
  • Perturbação da identidade, instabilidade da auto-imagem.
  • Impulsividade prejudicial à própria pessoa, como por exemplo gastos financeiros, sexo, comer, etc.
  • Comportamento suicida ou automutilante.
  • Instabilidade afetiva, reatividade do humor com episódios de disforia alternados com irritabilidade ou ansiedade com duração de horas.
  • Sentimentos crônicos de vazio.
  • Raiva inadequada.
  • Idéias paranóides (perseguição)

 

  Transtorno da Personalidade Histriônica

 Histriônica

As pessoas histriônicas apresentam excessiva emocionalidade e busca de atenção.

As principais características são:

  • Sentem desconforto nas situações nas quais não é o centro das atenções.
  • A interação com os outros é inadequado, sexualmente provocante ou sedutor.
  •  Mudanças rápidas e superficialidade das emoções.
  • Usa a aparência física para chamar a atenção.
  • Estilo de discurso impressionista.
  • Dramatização, teatralidade e expressão emocional exagerada.
  • Facilmente influenciado pelos outros.
  • Considera os relacionamentos mais íntimos do que realmente são.

 Transtorno da Personalidade Narcisista

 Narcisista

O narcisista mantém um padrão de grandiosidade (em fantasia ou comportamento) sente necessidade de admiração e falta de empatia.

As principais características são:

  • Espera ser reconhecido como superior. Exagera em suas realizações e talentos.
  • Ocupa-se com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza, etc.
  • Crença de ser especial e único, e que somente será compreendido por pessoas em condições elevadas.
  • Exigência de admiração.
  • Expectativas irracionais de receber tratamento especial.
  • Explorador, tira vantagens dos outros.
  • Não tem empatia, recusa-se em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos dos outros.
  • Sente inveja das outras pessoas e acredita ser alvo da inveja alheia.
  • Comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes.

Transtorno da Personalidade Esquiva

 Esquiva

As pessoas com personalidade esquiva apresentam uma forte inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa.

As principais características são:

  • Evita atividades que envolvam contato interpessoal por medo de criticas, desaprovação ou rejeição.
  • Reluta em envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que o outro o estima.
  • Reservado em relacionamentos íntimos por medo de passar vergonha ou de ser ridicularizado.
  • Preocupação com criticas ou rejeição em situações sociais.
  • Inibição em novas situações interpessoais, por se sentir inadequado.
  • Vê a si mesmo como inepto, sem atrativos pessoais ou inferior.
  • Não assume riscos pessoais nem envolve-se em novas atividades por receio de se sentir embaraçado.

 Transtorno da Personalidade Dependente

Dependente

A pessoa com personalidade dependente sente uma necessidade muito forte de ser cuidada, chega a ter um comportamento submisso e aderente, com forte medo de separação.

As principais características são:

  • Dificuldade em tomar decisões do dia a dia sem uma quantidade excessiva de conselhos de outras pessoas.
  • Necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida.
  • Dificuldade em expressar discordância por medo de perder apoio ou aprovação. Obs: Não inclui temores realistas de retaliação.
  • Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria.
  • Chega a oferecer-se para fazer coisas desagradáveis se considerar que irá conseguir carinho e apoio dos outros.
  • Sente desconforto ou desamparo quando está só.
  • Quando um relacionamento é rompido busca urgentemente outro.
  • Preocupação irreal de ser abandonado.

 Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva

 Obsessivo-Compulsiva

As pessoas com este tipo de personalidade são extremamente preocupadas com organização e perfeccionistas.

As principais características são:

  • Preocupação extrema com detalhes, regras, listas, ordem ou horários que o ponto principal da atividade é perdido.
  • Perfeccionismo que interfere na conclusão de um projeto.
  • Muito devotado ao trabalho em detrimento do lazer.
  • Conscienciosidade, escrúpulos, e inflexibilidade em questões de moralidade, ética ou valores.
  • Incapacidade de desfazer-se de objetos inúteis.
  • Relutância em delegar tarefas.
  • Adoção de um estilo miserável a fim de poupar dinheiro para o futuro.
  • Rigidez e teimosia.

 Passivo-Agressivo

As pessoas com personalidade passiva agressiva apresentam atitudes negativistas e resistência passiva quando solicitado a manter um desempenho adequado.

As principais características são:

  • Resiste a cumprir rotinas sociais e tarefas ocupacionais.
  • Queixa-se de ser malcompreeendido e não-apreciado pelos outros.
  • É taciturno e propenso à discussões.
  • Critica e despreza a autoridade irracionalmente.
  • Expressa inveja e ressentimento em relação à pessoas aparentemente mais afortunadas
  • Queixas exageradas e persistentes de infortúnio pessoal
  • Alterna desafio hostil em contrição

Pessoas com este tipo de personalidade apresentam forte desrespeito aos direitos dos outros.

Os transtornos de personalidade representam as formas mais difíceis de serem transformadas, mas nem por isso é impossível, e por esse motivo a psicoterapia deve ser intensa e sem interrupções. As causas não são originadas em traumas de infância, mas situações difíceis podem ser agravantes dos comportamentos disfuncionais do portador de transtorno de personalidade.

Transtornos causados por substâncias

Transtornos causados por substâncias

Transtornos causados por substâncias são transtornos relacionados ao uso e abuso de substâncias como cocaína, anfetamina, maconha e álcool.

No transtorno, a pessoa pode ter dependência, abuso, psicose, ansiedade, intoxicação e delírios que são consequência do uso de tais substâncias.

De acordo com o DSM-IV:
“o termo substância pode referir-se a uma droga de abuso, um medicamento ou uma toxina. As substâncias discutidas nesta seção são agrupadas em 11 classes”:
Alcool
Anfetamina ou simpaticomiméticos de ação similar
Cafeína
Canabinóides
Cocaína
Alucinógenos
Inalantes
Nicotina
Opióides
Fenciclidina (PCP) ou arilciclo-hexilaminas de ação similar e sedativos
Hipnóticos ou Ansiolíticos

 

Transtornos Alimentares

Transtornos Alimentares

Os Transtornos Alimentares relacionam-se, como o próprio nome já indica, a fatores ligados diretamente com a alimentação.

A definição que encontramos no DSM-IV é a seguinte:

Os Transtornos Alimentares caracterizam-se por severas perturbações no comportamento alimentar. Esta seção inclui dois diagnósticos específicos, Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa e obesidade.

Anorexia

Anorexia é identificada quando a pessoa não come. É o famoso jejum eterno.

Tanto a pessoa que tem bulimia como a que tem anorexia tem medo mórbido, ou seja, exagerado, de engordar.

Só consideramos um quadro clinico de bulimia ou anorexia quando este comportamento está ligado ao controle do peso.

A bulimia, que é quando a pessoa provoca vomito, é mais perigoso do que anorexia, porque pode provocar desequilíbrio de sódio e potássio no organismo, podendo até chegar ao ponto da parada cardíaca. De tanto provocar vomito acaba eliminando mais sódio e potássio do que poderia.

Características principais da anorexia:

a-     Recusa a manter o peso corporal em um nível igual ou acima do mínimo adequado à idade e altura.

b-     Medo intenso de ganhar peso ou engordar

c-      Perturbação no modo de vivenciar o peso

d-     Nas mulheres, ausência de pelo menos três ciclos menstruais

Pode ser, ou não,  do tipo Compulsão periódica/ purgativo, onde há o comportamento de comer compulsivamente e de purgação.

Porque tanta ocorrência de distúrbios relacionados à comida?

Desde que o bebê nasce, o mundo, literalmente, entra pela boca. A comida é a primeira forma de contato com o mundo. A alimentação é o momento no qual o bebê recebe calor, toque e o cheiro da pessoa que o alimenta. É quando a gente aprende a receber e gostar de receber afeto. E assim relacionamos comida com afeto.

A partir daí a comida nunca mais será apenas uma alimento. Ela passa a ser simbólica. A comida representa afeto. Dá pra entender porque tanta gente come por carência afetiva.

É por isso que a comida não pode ser considerada causa do problemas mas sempre um sintoma. Um sintoma muito significativo que revela como a pessoa se relaciona com o mundo e com ela mesmo.

Aspectos psicológicos da Anorexia

A pessoa anoréxica, se fecha nela mesma, nega seu próprio corpo e até sua própria sexualidade.

Lembram dos Santos que jejuavam? A Santa Catarina de Siena e é famosa por jejuar. A diferença é que os santos jejuavam por um ideal coletivo. As anoréxicas jejuam por um ideal individual. É como uma religião particular. Essa religião é manter seu corpo o mais magro possível. É o único objetivo do anoréxico. Ser o mais magro possível. E não é para ser bonito. É interessante de observar que o próprio anoréxico nem sempre se acha bonito sendo magro assim. Ele apenas acredita que é a única forma aceitável de ser, é ser magro, muito magro. Isto porque sua imagem corporal interna está distorcida.

Obesidade

Obesidade é o acumulo excessivo de tecido adiposo no organismo, ou seja, é o excesso de gordura. Uma forma de identificar se você está com excesso de gordura é usar o IMC – Í Índice de massa corporal – se estiver acima de 30 é considerado obeso.

Calculamos assim: divide-se o peso pela altura ao quadrado. Estando acima de 30 você está obeso.

Exemplo: Digamos que você tem 1,65m de altura e pesa 70Kg. 1,65 x 1,65 = 2,72 70 kg/2,72=25,7

Aspectos psicológicos da Obesidade

Uma pesquisa publicada pela revista “Viver mente e cérebro” diz que 88% das pessoas que fazem cirurgia de redução de estomago engordam novamente. Por quê? Porque não trataram a causa dessa obesidade, que não é a comida é a compulsão por comida. Essa é a causa da obesidade. A causa é psicológica, é comportamental. É por isso que o tratamento deve acompanhado por psicólogos.

Quando você come para aliviar as angustias, a obesidade é só uma parte dos problemas, a outra parte é essa depressão que te leva a comer.

Todo regime emagrece. Todo. A questão sempre será como permanecer magro.

Temos que considerar os aspectos psíquicos. Quando se faz um regime não basta emagrecer só o corpo, tem que emagrecer também a cabeça. Tem que haver trabalho psicológico. É muito bom quando aparece alguém em meu consultório dizendo: “Olha, eu sou obeso. Não sei o que me fez chegar a isso mas gostaria de descobrir, e mais, gostaria de reverter este processo”. Isso demonstra que a pessoa entende qual é o seu problema. Seu problema não é a comida é o “porque” come tanto.

Muitas vezes as pessoas só procuram o tratamento médico porque não querem emagrecer. Eles querem ser “emagrecidos”, ou seja, querem que o outro o emagreça. É como chegar na frente do médico e dizer: “eu não me sinto capaz de fazer algo por mim mesmo. Faça você com que eu emagreça”. E o médico faz isso mesmo, dá remédios, ou regime, ou opera, só não muda a cabeça da pessoa. É a cabeça que faz com que a pessoa engorde, não é o estomago.

Na terapia psicológica a postura é outra. A psicoterapia terapia lhe oferece a oportunidade de pensar diferente: “Você é dono e senhor dos seus atos e sentimento. Se estão descontrolados a gente pode realinhar as coisas de forma que você perceba o papel da comida e, assim aprender a eliminar suas angustias sem precisar comer compulsivamente, sem compensar seu sentimento, comendo feito um louco!”

Bulimia

Caracterizada pela compulsividade

O bulímico, que é a pessoa que induz o vômito após comer, tem outra característica principal – a compulsividade. Ele não se retrai socialmente e, ao contrario da pessoa anoréxica, é participativo e ativo sexualmente.

São duas doenças que parecem ser tão similares (anorexia e bilimia) mas tem personalidades e posturas tão diferentes diante da vida.

 

A Bulimia Nervosa é caracterizada por episódios repetidos de compulsões alimentares seguidas de comportamentos compensatórios inadequados, tais como vômitos auto-induzidos; mau uso de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejuns ou exercícios excessivos”.

Características principais da bulimia:

1-     Ingestão de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas comeria em situação similar.

2-     Sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar.

3-     Comportamento compensatório inadequado e recorrente, com o fim de prevenir o aumento de peso, como indução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, jejuns, etc.

Excesso de comida e excesso de regime

Obesidade, anorexia e bulimia são transtornos de excessos – o excesso de comida ou o excesso de regime. A compulsão é o ponto em comum. O obeso tem compulsão por comida, a anoréxica tem compulsão pelo jejum e o bulímico tem compulsão por induzir o vomito.

Lembra do que falei dos bebês, que praticamente só conhecem o mundo através do que lhe entra pela boca. Quando o bebê nasce   mal enxerga pois ainda está desenvolvendo seus sentidos, e todas as suas necessidades são satisfeitas através de comida. Portanto a gente aprende, desde que nasce, que a comida supre nossas exigências. Aprendemos a ter o controle sobre o mundo usando a comida. Duvida? O que você faz quando um bebe chora? Logo verifica se ele está com fome. A primeira coisa que se faz com o bebê é dar comida, chupeta, ou colocar algo na boca dele. São os adultos que ensinam os bebes, ou seja condicionam os bebes a suprir suas carências com comida.

Esse condicionamento que a gente traz desde o berço acaba determinando a forma de lidar com a comida para o resto da vida.

Como tratar os transtornos alimentares

A boa noticia é que isso não precisa continuar eternamente assim! Você pode fazer a “Reestruturação Cognitiva” através de psicoterapia. Descobrindo onde está a ansiedade que lhe faz agir compulsivamente, descobrindo formas de se compensar saudavelmente e reaprender a lidar com a comida. Reaprender a lidar com seu corpo e sua auto-estima.

Psicoterapia

são aprendizados sobre você mesmo, sobre como você funciona, sobre como sua mente, seus pensamentos funcionam. A gente descobre quais são as crenças que fazem você agir dessa forma, o que acontece para que você se sinta dessa forma? Por que você é tão desanimado com a vida? Por que você quer tanto fazer uma série de coisas mas não consegue se mover de forma a fazer as coisas acontecerem.

Tanto a Terapia Cognitiva  trabalham no auto-conhecimento e no aprendizado de novas formas de lidar com tudo isso.

O psicoterapeuta funciona como um instrutor pessoal. É por isso que na terapia eu adoto o sistema do “Lição de Casa”. Eu oriento você a realizar tarefas, e para cada caso tem uma tarefa adequada, assim a terapia vai atuando durante toda a semana.

Você não fará psicoterapia só por uma hora por semana, mas faz terapia a semana toda, e volta ao consultório uma vez por semana. E este método potencializa os resultados e encurta o tempo da terapia, que não é mais de anos como antigamente. É um aprendizado que você leva para o resto da vida.

Auto percepção

Infelizmente nosso cérebro não é eficiente para perceber o mundo, ele também imagina muita coisa que não é verdade. Na pessoa depressiva a imaginação corre pra tudo que pode dar errado.

No caso dos transtornos alimentares a pessoa imagina seu corpo de uma forma muito distante da realidade. A anoréxica, que já está magrinha, sequinha, se olha no espelho e vê coxas grossas, barriguda.

Essa obsessão por um corpo esbelto é reforçada pelo ideal de beleza que está na mídia o tempo todo.

95% dos anoréxicos são mulheres. Elas tem fobia de comida. Se acham gordas mesmo que os ossos estejam aparecendo sob a pele. Tem mil truques para se livrar da comida, jogam a comida de seu prato fora sem que ninguém veja.

O pior, o que demonstra claramente seu estado de espírito: As anoréxicas se vangloriam de seus sintomas. Elas se sentem fortes porque conseguem resistir à tentação de um doce. E se colocam triunfantes porque as outras pessoas são fracas, não são resistentes como ela.

Percebeu o excesso de controle que essa pessoa precisa para se sentir segura? Todo excesso é prejudicial. Tira a pessoa do equilíbrio psíquico.

O bulímico tem fases onde passa fome, e fases de comilança compulsiva. São aqueles momentos de ataque a um bolo inteiro. Isso é compulsão. Come um pão inteiro com manteiga. Essa alimentação com excesso é uma forma de se livrar da solidão, do vazio interior, e vencer esse estado de tensão que é insuportável.

Quem provoca vômitos faz isso por vergonha. Vergonha de ter comido. Vergonha de ter sentido fome.

O que essas pessoas não sabem é que os ácidos do estomago quando passam pela boca, durante o vomito, acabam estragando os dentes, provocam ulceras no esôfago e problemas cardiovasculares.

Bulímicos e anoréxicos são magros?

O interessante é que nem sempre a pessoa que tem bulimia é muito magrinha. A anoréxica é mais magra, Isso acaba enganando um pouco a família e os amigos, consideram que se a pessoa não esta abaixo do peso, não tem importância ter vomitado um pouco. Alias a família acha que vomitou só um pouco.

Muitas pessoas detestam o próprio corpo e sofrem de depressão e de sentimentos de inferioridade.

Distúrbio alimentar é uma reação a negligencia emocional. Uma reação ao grito por socorro.

Como avaliar se uma criança é psiquicamente estável

Já que eu falei da importância de uma infância saudável vou passar uma dica pra você fazer em casa com sua criança de um ano de idade ou mais.

Coloque a criança em um quarto com a mãe. Quando a mãe sair do quarto observe esta criança. Ela interrompe sua brincadeira e fica com carinha de preocupada e triste, mas quando a mãe retorna, ela volta a ficar feliz e brincar tranqüila? Se sua resposta for “sim” é sinal que a criança está equilibrada.

Mas se ela não reagir a saída da mãe e não reagir quando a mãe voltar é sinal que ela não está se sentindo aceita e protegida. É preciso se dedicar mais a esta criança. Ou seja, é normal a criança ficar triste quando a mãe sai e feliz quando volta. Quando a criança não se sente aceita é muito arriscado ela virar um adulto com vários transtornos.

Conclusão

Obeso não é guloso, não é preguiçoso. É uma pessoa que precisa ser tratada com seriedade. O obeso tem sua auto-estima muito rebaixada porque acredita que ser magro é ser superior e competente, e isso compromete sua motivação para perder peso. Todo distúrbio alimentar demonstra que esta pessoa considera que seu valor como pessoa está diretamente ligado ao seu peso.  Se você se acreditar incapaz como vai conseguir fazer qualquer coisa?

Estudar os transtornos é importante mas, o mais importante é saber o que fazer pra saber se livrar deles.

Pense em tudo o que você esta perdendo. Tudo o que já sofreu e decida acabar com tudo isso.

Transtorno Psicótico

Transtorno Psicótico

Caracteriza-se por um ou mais Episódios Depressivos Maiores, acompanhado por pelo menos um Episódio Hipomaníaco.

O Transtorno Bipolar faz parte dos quadros de depressão, mas por suas características tão intensas é conhecido por “crise de exageros”. Tem períodos que o portador do transtorno bipolar passa o dia na cama, não come direito, se deixar nem toma banho, sem animo para nada. Em outros momentos o bipolar se transforma, fica falante, expansivo, se acha onipotente e podendo tudo, a auto-estima vai para as alturas, pula de um assunto pra outro numa rapidez que não dá tempo pra executar nada. Nessa fase a pessoa até se sente com muita energia, mas não realiza muita coisa pois não tem concentração. É agitada, isso não o deixa fazer muita coisa.
Ou seja, numa fase não faz muita coisa porque está apático, noutra fase também não por estar agitado demais.
Transtornos psicóticos são aqueles que envolvem perda do contato com a realidade. Uma pessoa com transtorno psicótico pode experenciar alucinações e expressar pensamentos desorganizados ou bizarros.
O DSM-IV atualmente distingue em algumas categorias específicas:

  • Transtorno Psicótico Breve
  • Transtorno Psicótico Compartilhado
  • Transtorno Psicótico devido a uma condição médica geral
  • Transtorno Psicótico sem outra especificação

Importante salientar que a esquizofrenia enquadra-se neste Transtorno.

Transtorno do Humor Sem Outra Especificação

é incluído para a codificação de transtornos com sintomas de humor que não satisfazem os critérios para qualquer Transtorno do Humor específico, e nos quais é difícil escolher entre Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação e Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação (por ex., agitação aguda)

Transtorno Bipolar

O que é?

A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito mais detalhadamente adiante.
A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento do paciente bipolar.

Características:

O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.

Fase maníaca

Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.. O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.

Fase depressiva

É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.

Exemplo de como um paciente se sente

…Ele se sente bem, realmente bem…, na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas.

Sintomas (maníacos)

Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante.
Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar.
O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto freqüente nesses pacientes.
A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.

A fase depressiva

Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.

Generalidades

Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente.
A denominação Transtorno Afetivo Bipolar é adequada? Até certo ponto sim, mas o nome supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada.
O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno afetivo bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente.

Qual a causa da doença?

A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida.
Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.

Fonte:psicosite

Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação

é incluído para a codificação de transtornos com aspectos bipolares que não satisfazem os critérios para qualquer dos Transtornos Bipolares específicos definidos nesta seção (ou sintomas bipolares acerca dos quais há informações inadequadas ou contraditórias).

Transtorno Ciclotímico

é caracterizado por pelo menos 2 anos com numerosos períodos de sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para um Episódio Maníaco e numerosos períodos de sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um Episódio Depressivo Maior.