Transtorno do Pânico

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Este distúrbio é nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando-se por crises súbitas, com ou sem fatores desencadeantes e, frequentemente, incapacitantes. Depois de ter uma crise de pânico a pessoa pode desenvolver medos irracionais (chamados fobias) dessas situações e começar a evitá-las. Os sintomas físicos de uma crise de  pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente ou por meio de   ansiedade extrema motivada por estresse, perdas, aborrecimentos ou  expectativas. Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma  “coisa terrível”. A reação natural é acionar os mecanismos de fuga.  Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no  cérebro e nos membros usados para fugir — em detrimento de outras partes  da cabeça. Os sintomas são desencadeados a partir da liberação de  adrenalina frente a um estímulo considerado como potencialmente  perigoso. A adrenalina provoca alterações fisiológicas que preparam o  indivíduo para o enfrentamento desse perigo: aumento da frequência cardíaca e respiratória, a fim de melhor oxigenação muscular; e o   aumento da frequência respiratória (hiperventilação) é o principal  motivo do surgimento dos sintomas.

O indivíduo se queixa de formigamento que acomete as pontas dos dedos e  se estende para o braço (em luva, nas mãos; em bota, nos pés),  adormecimento da região que compreende o nariz e ao redor da boca  (característico do quadro). – Musculatura Esquelética: a hipocalcemia  causa aumento da excitabilidade muscular crescente que se traduz    inicialmente por tremores de extremidades, seguido de espasmos   musculares (contrações de pequenos grupos musculares: tremores nas  pálpebras, pescoço, tórax e braços) e chegando até a tetania (contração muscular persistente). Em relação à tetania, é comum a queixa de dificuldade para abertura dos olhos (contratura do músculo orbicular dos olhos), dor torácica contratura da porção superior do esôfago), sensação  de aperto na garganta , de abertura da boca, e contratura das mãos. São  muito frequentes as cãimbras. Adicionalmente, a hiperventilação é realizada através de respiração bucal, o que traz duas consequências diretas: o ressecamento da boca (boca seca) e falta de ar.

Tais eventos podem durar de alguns minutos a horas e podem variar em intensidade e sintomas específicos no decorrer da crise (como rapidez dos batimentos cardíacos, experiências psicológicas como medo incontrolável etc.). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito  ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.  Indivíduos com o transtorno do pânico geralmente têm uma série de episódios de extrema ansiedade, conhecidos como ataques de pânico.  Alguns indivíduos enfrentam esses episódios regularmente, diariamente ou  semanalmente. Os sintomas externos de um ataque de pânico geralmente causam experiências sociais negativas (como vergonha, estigma social, ostracismo etc.). Algumas pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. Constatou-se que o T.P. ocorre com maior frequência em algumas famílias, e isto pode significar que há uma participação importante de um fator hereditário (genético) na determinação de quem desenvolverá o transtorno. Entretanto, muitas pessoas que desenvolvem este transtorno não tem nenhum antecedente familiar. O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso).

Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex: andar,  pensar, memorizar, etc). Um desequilíbrio na produção destes  neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma
crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando  o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É  como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas totalmente inapropriadas. No caso do Transtorno do Pânico os neurotransmissores que encontram-se em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina. O transtorno do pânico é um sério problema de saúde,  mas pode ser tratado. Geralmente ele é disparado em jovens adultos, cerca de metade dos indivíduos que têm transtorno do pânico o manifestam antes dos 24 anos de idade, mas algumas pesquisas indicam que a manifestação ocorre com mais freqüência dos 25 aos 30 anos. Mulheres são duas vezes mais propensas a desenvolverem o transtorno do pânico do que os homens. O transtorno do pânico pode durar meses ou mesmo anos, dependendo de como e quando o tratamento é realizado. Se não tratado,  pode piorar a ponto de afetar seriamente a vida social do indivíduo, que tenta evitar os ataques e acaba os tendo. De fato, muitas pessoas tiveram problemas com amigos e familiares ou perderam o emprego em decorrência do transtorno do pânico. Alguns indivíduos podem manifestar os sintomas freqüentemente durante meses ou anos e então passar anos sem qualquer sintoma.

Em outros, os sintomas persistem indefinidamente. Existem também algumas evidências de que muitos indivíduos, especialmente os que desenvolvem os sintomas ainda jovens, podem parar  de manifestar os sintomas naturalmente numa idade mais avançada (depois  dos 50 anos). Para indivíduos que procuram tratamento ativo logo no  início, grande parte dos sintomas pode desaparecer em algumas poucas semanas, sem quaisquer efeitos negativos até o final do tratamento. Em alguns casos, porém, podem ocorrer recaídas ao longo do tratamento que ficam cada vez menos intensas e esporádicas.